17-06-2015
Perfil da Enfermagem no Brasil é lançado no RN

Com um público expressivo, os resultados do Rio Grande do Norte da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil foram lançados na última terça-feira (16) em Natal.

A pesquisa é o mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina e abrange um universo de mais de 1,8 milhão de profissionais. O estudo foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e apoio do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Norte.

Conselheiros e ex-conselheiros do Coren-RN, representantes do Cofen e de entidades da enfermagem, além de profissionais da área e da saúde prestigiaram o evento no auditório do Praiamar Hotel.

Na abertura do lançamento, a presidente do Coren-RN, Suerda Santos Menezes, destacou a importância desse diagnóstico para traçar novas reivindicações e propostas de melhorias pela valorização profissional. Já o representante do presidente do Cofen, Neyson Freitas, ressaltou que o objetivo do estudo é conhecer para transformar a realidade da profissão no Brasil.

A apresentação da pesquisa foi feita pela pesquisadora da Fiocruz e coordenadora da pesquisa, Maria Helena Machado, que descreveu os principais dados do estado potiguar. De acordo com a pesquisadora a enfermagem hoje, no Rio Grande do Norte, é composta por um quadro de 83,2% de técnicos e auxiliares e 18,7% de enfermeiros.

Onde trabalham

No quesito mercado de trabalho no Rio Grande do Norte, 72,9% das equipes de enfermagem encontram-se no setor público; 26,4% no privado; 4,5% no filantrópico e 9,9% nas atividades de ensino.

No Rio Grande do Norte, 67,3% da equipe de enfermagem declaram desgaste.

Renda mensal

Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 3,7% de profissionais na equipe recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra um elevado percentual de pessoas (27,7%) que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000. Dos profissionais da enfermagem, a maioria (63,2%) tem apenas uma atividade/trabalho.

Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem (público, privado, filantrópico e ensino) apresentam subsalários. O filantrópico (66,4%), o privado (47,8%), o público (17,6%) e o de ensino (13,2%) praticam salários com valores de até R$ 1.000. Nestes, os vencimentos de mais de 84% (filantrópico), 30% (ensino), 49% (público) e 67% (privado) do contingente lá empregado não passa de R$ 2.000.

Masculinização

A equipe de enfermagem no Rio Grande do Norte é predominantemente feminina, sendo composta por 86% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 13,6% dos homens. “Pode-se afirmar que na enfermagem está se firmando uma tendência à masculinização da categoria, com o crescente aumento do contingente masculino na composição. Essa situação é recente, data do início da década de 1990, e vem se firmando”, afirma a coordenadora.

Profissionais qualificados

O desejo de se qualificar é um anseio do profissional de enfermagem do Rio Grande do Norte. Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, com 18,6% reportando nível superior incompleto e 15,5% tendo concluído curso de graduação.

Desemprego aberto

Dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 74,7% dos profissionais de enfermagem. A área já apresenta situação de desemprego aberto, com 10,3% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses.

Concentração na capital

Mais da metade da equipe de enfermagem (63,5%) se concentra na Capital.